Amanhã é os dias das mães, não é? Sei que existem muitas pessoas que não têm mães e que vão passar o dia inteiro triste amanhã, que vão ficar pensando em como seria ter uma mãe e não importaria como que fosse, vocês queriam a ter pelo por um dia, no dia das mães. Sim, eu tenho uma mãe, que vive comigo, que me dar amor, que me aconselha (apenas quando estou no ápice do desespero, quando eu começo a chorar, mas e daí? Ela me aconselha), tenho uma mãe que não é 100% presente, mas ela está comigo quando pode, pois é: Tenho uma mãe. E apesar de saber que sou uma sortuda por ter uma mãe que vai gritar no meu pé do ouvido, eu já estou de saco cheio de gritarias. Minha mãe acha que só porque o trabalho dela a estressa, eu tenho que ser a melhor filha do mundo, tirar boas notas, fazer tudo em casa, saber cozinhar, arrumar minha cama quando eu acordar. E eu podia sim saber todas essas coisas se algum dia ela tivesse parado e me ensinado todas essas coisas, mas tudo o que eu sei (acredite, não é muita coisa) não foi ela que me ensinou. Foram minhas primas, minha avó, as mulheres que trabalharam aqui em casa, mas nada foi ela, tudo bem, ela me ensinou o quanto os homens são cafajestes e que não devo "abri as pernas" antes do casamento. Ok mãe, valeu mesmo! Eu amo minha mãe, juro que sim. E por que não amaria hein?! Ela me colocou no mundo e me deu amor. Mas eu estou meio cansada de ter passado a vida inteira com ela me ensinando a viver de uma forma, para quando chegar na adolescência ela achar que me ensinou tudo errado e querer me consertar. Mãe, escuta bem o que eu vou colocar em negrito aqui: Você teve 14 anos para me fazer do jeito que você queria e não fez. Agora que já tenho esses 14 anos vividos, você quer me fazer do jeitinho que queria? Me desculpa dizer, mas já tenho cabeça formada. Tudo aquilo que aprendi já está na minha cabeça e para ser da maneira que você queria só eu nascendo de novo. A culpa foi toda sua, mãe.

Não vou reclamar da mãe que tenho mas vou reclamar das atitudes que minha mãe tem. Não vou negar que já senti muita raiva, muita raiva mesmo dela, que já cheguei a um ponto de pensar que me ferrando na escola eu ia a atingir, mas sério, eu só me atingir. Seria eu que ia me ferrar no futuro se eu continuasse "atingindo a minha mãe", coisa que eu não estava fazendo, viu. Ela só gritava comigo e me proibia de fazer um monte de coisas. Só me lembro de um dia, que o boletim chegou e eu tinha perdido em duas matérias, português e matemática, ela gritou comigo, gritou muito comigo, depois eu fui para o meu quarto e em alguns minutos depois ela chegou e veio conversar comigo, foi a primeira vez que eu senti que minha mãe estaria comigo, em todos os momentos da minha vida, perdendo ou ganhando, mas só foi aquela fez que senti também. Até hoje não entendo porque ela foi legal daquele jeito comigo, e eu, super ingênua cheguei a pensar que ela iria ser daquele jeito todas as vezes, que iria querer saber porque eu não estava indo bem na escola, que iria me ajudar. E quer saber?! Hoje eu estou meio com raiva da minha mãe sim, e pensei até em ignora-la amanhã, mas sabe por que não farei mais isso? Porque, ao contrário da minha mãe, eu vou mostrar ser crescida, mostrar que não é por causa da gritaria idiota e desnecessária dela que vou ficar com raiva dela - por mais que seja mas realmente ela não precisa saber. Eu vou mostrar a ela que sei ser forte. E sério mãe, gritar comigo, a parti de agora, não resolve mais nada, talvez, até piore se eu não estiver com bom-humor.